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TRAJETÓRIA DE SUCESSO NA CCB: Professora Lílian Cavalcanti celebra 30 anos de UFC

Data da publicação: 19 de julho de 2023 Categoria: Cultura Britânica, Notícias

Entrevista: Professora Doutora Lilian Cavalcanti Fernandes Vieira
Bruno dos Santos Bezerra

1. Fale um pouco sobre a senhora e de sua trajetória.
Natural de Manaus, viveu lá até seus 30 anos. Cursou a graduação em Letras (Português-Inglês) de 1978 a 1982. Especializou-se em “Tradução: teoria e técnica” pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) em 1987. Foi da primeira turma de especialização da UFAM de Letras Português–Inglês. Ainda durante a graduação, trabalhou no Instituto Brasil–Estados Unidos (IBEU), onde permaneceu até quando prestou concurso público e se tornou professora efetiva do Estado do Amazonas em 1982. Lecionou por 10 anos na rede estadual de ensino. Em 1991, pediu licença para interesse particular para acompanhar o marido e veio para Fortaleza com a família (marido e dois filhos, à época; aqui, teve mais um filho). Em 1993, passou, como professora substituta, para a Casa de Cultura Britânica (CCB); 6 meses após, abriu-se vaga para efetivo, para a qual prestou concurso: a vaga abriu primeiro para Doutorado, depois para Mestrado e, por fim, para Especialização. Concorreu sozinha à vaga, pois foi a única que se inscreveu com o certificado de Especialista. Foi empossada em 15 de junho de 1993. Com o Mestrado, após a defesa da dissertação, publicou o livro “ Inglês Instrumental – Leitura e Compreensão de Textos” em 2002, que foi resultado das pesquisas feitas durante o Curso. Desde então, na Casa de Cultura Britânica, trabalha com os níveis A1, A2 e B1, correspondentes aos semestres regulares da Casa. Além disso, coordena e ministra aulas no Curso de Compreensão Leitora em Língua Inglesa cujo foco é atender os alunos de pós-graduação de diversas áreas da UFC. Em 1998, concluiu seu Mestrado na Universidade Estadual do Ceará (UECE) em Linguística Aplicada. Em 1999, passou quarenta e cinco dias na Inglaterra, na cidade de Plymouth, com bolsa do Conselho Britânico, fazendo o curso de aperfeiçoamento “Teacher Development”. Depois do Mestrado, trabalhou no projeto MAGISTER da Universidade Estadual do Ceará (UECE) que visava implementar a formação de professores da rede estadual. Os cursos eram oferecidos nos períodos de férias escolares. Ainda nesse aspecto, trabalhou no projeto do governo do Estado chamado “PreparAção”, cujo objetivo era proporcionar para os alunos do 9° ano uma otimização nos níveis da leitura. Em 2009, iniciou seu Doutorado em Educação Brasileira na Faculdade de  Educação da Universidade Federal do Ceará (FACED-UFC), na área de Relações Etnicorraciais e Estudos Afrodescendentes. Conclui-o em 2012. O doutorado foi um período bastante profícuo e de muitos artigos publicados. Em 2017, foi aprovada para a promoção para a Classe Titular de Professor do Quadro EBTT (Ensino Básico,  Técnico e Tecnológico) da Universidade Federal do Ceará com a defesa do Memorial e do Relatório de Atividades.
Feitos da carreira:
● Trabalhou como coordenadora da área de língua inglesa no Projeto “PreparAção” do Governo do Estado do Ceará;
● Desde 1996 é coordenadora do curso de Compreensão Leitora em Língua Inglesa (antigo “Inglês Instrumental”);
● Foi a primeira professora das Casas de Cultura a alcançar a Classe Titular;
● Por 12 anos, foi coordenadora do projeto Exame de Proficiência em Língua Inglesa.
● Além dos muitos artigos publicados, o doutorado em Educação resultou na publicação de um livro paradidático chamado “Os Impérios Africanos do Ouro: Gana, Mali e  Songai” em 2018.

2. Quais foram, na opinião da senhora, as maiores mudanças nesses 30 anos?
Mudanças pertinentes à carreira EBTT, mudanças legais, novas legislações que trouxeram benefícios para a carreira, sendo as mais importantes: Lei 11.784 de 2008, que muda a nomenclatura de Professores de 1° e 2° graus para Professores EBTT; Lei 12.772 de 2012, que estrutura o plano de Carreira do Magistério EBTT. Então, essa Lei vem garantir a equiparação estrutural e salarial entre as carreiras de EBTT e do Magistério Superior. Aproximando os docentes EBTT com os do Magistério Superior, há a consolidação de uma estrutura de Carreira, do ponto de vista do desenvolvimento, da perspectiva de entrar no magistério federal, crescer dentro desta carreira e se  aposentar nela, igual ao Magistério Superior, com a consequente equiparação salarial, incluindo também a possibilidade de chegar a Classe Titular, o que, antes dessa Lei, não era possível. Outra mudança mais recente: Resolução No 12 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária (CEPE), de 12 de agosto de 2016, que  estabeleceu normas para fixar o regime de trabalho e a carga-horária do magistério EBTT; através desta Resolução, o magistério EBTT passou a dar aula na graduação.

3. O que a senhora compreende por educação? Qual é o modelo ideal para a senhora?
Penso que o modelo ideal de educação é aquele que oferece os instrumentos e conteúdos essenciais para uma aprendizagem de qualidade necessária para que os indivíduos possam desenvolver plenamente suas potencialidades, possam trabalhar com competência, viver com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida. O fator mais importante é o relacionamento professor–aluno e a motivação do que está sendo transmitido em sala. Ensinar e aprender não são eventos isolados. É importante humanizar o ambiente da sala, promovendo uma interação entre os alunos, trabalhando, também, seu autoconhecimento. Tanto o conhecimento do professor quanto sua habilidade em lidar com seus alunos devem ser levados em consideração. A parte humana, também conta muito, pois a sala de aula não é  homogênea, cada um aprende de maneira diferente, e o professor deve estar atento às nuances de sua turma.

4. Como a senhora gostaria de ser lembrada?
Primeiro, gostaria de manifestar minha gratidão por tudo que aconteceu em minha vida. Sou grata a Deus, por ter me dado saúde e vida para chegar até aqui. Agradeço à minha família, amigos, colegas e colaboradores que fizeram parte da minha trajetória. E minha infinita gratidão aos principais protagonistas desse palco maravilhoso que é a sala de aula: os alunos. Nunca estive fora dela e todo o meu caminho foi trilhado em função dessa missão que é o magistério. Como queremos ser lembrados pelas  pessoas? Que história estamos escrevendo? Quem estamos imitando? Quem estamos magoando? Quem estamos ajudando? Qual é nosso projeto de vida? Quero ser lembrada não apenas pelo conhecimento, mas como uma professora que fez a diferença na vida dos alunos, que mostrou que o aluno é capaz, que superará as próprias barreiras. Alguém que amou muito o seu trabalho e os seus alunos.

5. Uma frase que a senhora gosta.
Frase do meu Memorial para Professor Titular:
“Vamos bordando a nossa vida sem conhecer por inteiro o risco; representamos o nosso papel sem conhecer por inteiro a peça. De vez em quando, voltamos a olhar para o bordado já feito e sob ele desvendamos o risco desconhecido; ou olhamos para as cenas já representadas, e lemos o texto, antes ignorado. E é então que se pode escrever — como agora faço — a “história”. (Magda Soares — Metamemória-Memórias)

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